Jogo morno em tarde de calor

4.ª Jornada
Campo Vale Fôjo, em Eiras

Assistência : cerca de 150 adeptos

EIRENSE - 1
ADÉMIA - 1

Era grande a expectativa em redor do reencontro entre estes dois velhos conhecidos e eternos rivais da margem direita do Mondego. Na Adémia, a semana ficou marcada pelo surpreendente abandono da equipa técnica, o que prejudicou grandemente a preparação deste jogo, pelo que se aguardava para ver qual seria a resposta dos jogadores dentro de campo neste Domingo. No banco, o presidente Aires Leitão, o Sr. Valdemar e Nuno Almeida assumiram a orientação da equipa nesta fase de transição, e optaram por não fazer grandes alterações na sua estrutura.

A Adémia fez alinhar de início Zé; Piquet; Simão(Cap); Rafa; Vasco; Joel Valença; Bruno "Petit" Santos; Ilísio; Paulo Rodrigues; Aires "Carecona"e Gonçalo.

1ª parte:

A equipa da Adémia entrou bem no jogo, com vontade de assumir as despesas da partida e mostrar que os acontecimentos da passada semana em nada iriam afectar a vontade dos jogadores de ganhar mais este duelo. Logo nos primeiros minutos, Aires surgiu por duas vezes em boa posição para bater o guarda redes de Eiras, mas os remates não levaram a melhor direcção. Seguiu-se uma fase de maior equilíbrio, com o jogo a ser bastante repartido a meio campo e com poucas oportunidades junto das balizas. Com o decorrer do tempo, os jogadores da Adémia foram perdendo algum fulgor e a equipa do Eirense foi ganhando um maior ascendente. Atacando invariavelmente pelo seu lado direito, conseguiram gizar jogadas interessantes que provocaram algum frisson nas "bancadas", mas foi valendo o acerto do meio campo defensivo e defesa "blue" para livrar o guardião Zé de maiores sobressaltos. Destaque para mais uma exibição muito personalizada da dupla de centrais, Simão e Rafa, que sem complicar foram limpando a sua área de jurisdição.
Aos 30 minutos de jogo, Piquet intercepta com a mão um cruzamento vindo da esquerda. Amarelo para o defesa direito "blue" e livre perigoso para a equipa de Eiras, que viria a chegar ao golo na sequência deste lance de bola parada. Bola bombeada para o interior da área, os centrais e guarda redes da equipa blue a desentenderem-se e no meio da confusão alguém empurra para golo a bola perdida, à boca da baliza. Zé sofria assim de forma algo ingrata o seu primeiro golo com o emblema da ADCA ao peito.

A equipa "blue" sentiu o toque, reorganizou-se e partiu em busca da igualdade, e viria a consegui-lo à passagem do minuto 40. Bruno Santos, que esteve muito activo no meio campo ademiense, "cavou" uma falta nas imediações da área contrária. Encarregue da cobrança do livre, Joel Valença levantou para o interior da área onde surgiu Aires, primeiro a ganhar de cabeça entre os centrais e depois a rodar com elegância fazendo um bonito golo à meia volta, que deixou pregado ao chão o guarda redes do Eirense, que mais não pôde fazer do que seguir com os olhos a trajectória da bola. Um golo que surgiu na altura certa, permitindo que se chegasse ao intervalo com as equipas empatadas a uma bola.

Nuno Almeida, sempre muito interventivo no banco, acerta com Aires o reposicionamento da equipa em campo

2ª parte

Segunda parte aziaga em termos de lesões para os "blues": nada mais nada menos do que três substituições forçadas. A primeira logo ao intervalo, o guardião Zé ficou nos balneários, dando o seu lugar ao júnior Ricardo. Na segunda parte assistiu-se a um jogo menos interessante, com as equipas muito encaixadas uma na outra, a bola quase sempre longe das balizas e alguns "casos" de arbitragem.
Logo no início da segunda parte, Piquet é agredido com uma cotovelada numa disputa de bola junto à linha. O jogador do Eirense viu a cartolina amarela, mas não escandalizaria ninguém se a cor do cartão fosse outra...

Lance em que Piquet sai maltratado de uma disputa mais acesa com um adversário. O banco "blue" pediu cartão vermelho

Aos 10 minutos, penalty a favorecer os da casa. Num lance aparentemente inofensivo, Aires e um adversário tentam chegar a uma bola que se encaminhava para fora da grande área. Sentindo a presença de Aires, fica a sensação que o jogador eirense terá aproveitado para se deixar cair, ludibriando assim o juíz da partida que apontou para a marca dos onze metros. Ter-se-á escrito direito por linhas tortas, uma vez que o jogador encarregue da conversão do castigo máximo, apesar de enganar bem o gurda redes, atirou ao poste, indo a bola de seguida parar caprichosamente às mãos do jovem guardião, que já estava deitado no chão.
Cinco minutos volvidos, a melhor ocasião de golo e grande perdida para a Adémia: Elísio (que subiu muito de produção na segunda parte) a desequilibrar bem pela direita e a ganhar um canto. Na sequência do pontapé de esquina, primeiro Simão e depois Rafa acertaram com estrondo no poste da equipa local...
Aos 25 minutos, Paulo Rodrigues, em inferioridade física, cedeu o seu lugar a Choto.
Aos 35 minutos, voltou a pedir-se penalty para os da casa, por mão na bola (involuntária) de Aires, que uma vez mais fez uma partida de grande entrega, muito lutador lá na frente e ainda com disponibilidade física para emprestar um precioso auxílio à equipa na hora de defender. Desta feita o árbitro nada assinalou, o que levou Aires a desabafar pouco depois junto à linha, quando interpelado por um adepto do Eirense: "Agora foi penalty, o de há bocado é que não!..."
Minuto 40 e nova contrariedade para a ADCA. Desta feita foi Vasco a ressentir-se de uma lesão antiga e a ser substituido pelo jovem Johny.
O jogo encaminhava-se para o final sempre numa toada de grande equilíbrio e sem que nenhuma das equipas fizesse um grande forcing para vencer o jogo, parecendo ambas satisfeitas com o resultado. Ainda assim, registo para alguns remates de longa distância dos da casa e jogadas rápidas de contra-ataque da equipa ademiense, a levar grande perigo até à área adversária, mas sistematicamente interrompidas por fora de jogo. Um aspecto a rever...

Joel Valença "pegou de estaca" no meio campo da ADCA e em Eiras rubricou mais uma excelente exibição

No final destaque para o fair-play evidenciado pelas duas equipas e também pelos adeptos, a provar que ao contrário do que muito se disse ao longo da semana estes jogos não têm que ser batalhas campais e podem ser disputados dentro de uma rivalidade saudável.

No final do jogo, o resultado ajustava-se e os jogadores cumprimentaram-se com fair play