Monday, November 30, 2009

ADC ADÉMIA 1 - 3 AA ARGANIL


29/11/2009 - 9ª jornada do Campeonato Distrital da 1ª Divisão da A.F.C. - Série A
Campo Ramos de Carvalho, Adémia.
Assistência: cerca de 40 espectadores.
Árbitro: Tiago Filipe Neto Silva.
Resultado ao intervalo: 0-2.

Onze 'blue': Micaia (por Carioca aos 65'); Elísio, Simão(c), Joel Valença e Yau; Márito (por Márcio "O Maluco" aos 60'), Lito, Tunga e Daniel; Cabo e Mamadú (por Cunha aos 35').

Suplentes não utilizados: "Cegueira", Mauro, Aguiar e Ferrão.
Treinadores: José Alberto e Zé Miguel.

Na tarde fria e chuvosa do último Domingo de Novembro, encontravam-se no relvado sintético do Ramos de Carvalho duas equipas com estados de espírito bem diferentes, em consequência dos resultados mais recentes de cada uma delas. De um lado, a equipa da Adémia que, após um inicio de época prometedor, vinha de duas derrotas consecutivas - sem marcar - em que, apesar de tudo, não se revelou inferior aos seus adversários mas que, ainda assim, deixaram marcas na confiança do conjunto. Do outro lado, estava a formação do Arganil que iniciou o campeonato de forma algo irregular mas que vinha subindo de rendimento, tendo inclusivamente goleado a equipa do Eirense na jornada transacta por 4-1. Esperava-se um jogo equilibrado e de resultado absolutamente imprevísivel.


Mais uma vez, a dupla técnica 'blue' viu-se obrigada a fazer alterações no onze inicial face às ausências forçadas de Tiago e Hélio, por lesão, Eugénio "Ernesto", por motivos profissionais e Bruno "Carniceiro" Santos, castigado com 5 (!!) jogos de suspensão na sequência da expulsão da jornada anterior. Além destas contrariedades, Ferrão, que seria aposta para o onze inicial, não se apresentava em perfeitas condições físicas. Assim, o 'mister' decidiu confiar a baliza a Micaia e, à sua frente, basear-se num esquema de 4x4x2. Na defesa, promoveu o regresso do jovem Yau para a esquerda, deslocando Elísio para o lado oposto e Joel Valença para o eixo, onde fez parelha com o intocável Simão. A construção de jogo no miolo ficou a cargo de Marito e Lito e as alas entregues a Tunga, do lado direito e Daniel, do lado esquerdo. Na frente, a aposta recaiu em Cabo, jogando no apoio directo àquele que seria o homem mais avançado da equipa, Mamadú.
Ainda no balneário 'mister' Zé Miguel distribuiu 'tabletes' de chocolate por todos os atletas para que estes o comessem antes da partida, pretendendo talvez evitar assim que, por algum motivo, o apetite de "levar chocolate" se manifestasse em campo.


A primeira parte foi claramente marcada pelo equílibrio entre as duas formações, com muita luta a meio-campo, poucos lances em que a bola foi jogada à flor da relva do ínicio ao fim e escassas oportunidades de golo. Pelos da casa, Daniel foi o mais - ou mesmo o único - rematador embora, por uma ou duas vezes, pudesse ter servido colegas em melhor posição para dar seguimento ao lance de ataque. Revelando alguma falta de agressividade e não conseguindo traduzir completamente o que lhe tinha sido pedido a nível táctico, Mamadú - que usufruiu de uma situação em que poderia ter feito bem melhor, já no interior da área pelo lado direito - foi inicialmente delocado para o lado esquerdo e mais tarde substituído pelo irrequieto Cunha. A equipa visitante criava perigo sobretudo através dos inumeros lances de bola parada de que dispôs na primeira metade, grande parte deles em consequência de faltas sofridas já no meio-campo adversário - não raras vezes após perdas de bola desnecessárias por parte dos 'blues' - e das quais foram saindo "amarelados" diversos jogadores ademienses. O jogo apresentava-se com algum ritmo mas perfeitamente amarrado, claramente a precisar de um golo, que poderia surgir para qualquer um dos lados. Acabou por ser para o lado dos verde-e-brancos quando, cerca dos 40', o avançado visitante recua no terreno para recuperar a bola a meio do meio-campo 'blue' e, dali, desfere um portentoso remate que entra junto ao poste esquerdo da baliza de Micaia. O golo, sentido com alguma injustiça pela equipa da casa, teve o efeito secundário de a intraquilizar durante os minutos finais da 1ª parte, que não poderia ter terminado de pior forma. Nos últimos segundos, Elísio comete falta junto à linha lateral já no ultimo terço de terreno, vendo cartão amarelo e, na sequência do livre, toca involuntariamente a bola com o braço - onde é que eu já vi isto?! - no interior da área, após falhar corte de cabeça. Grande penalidade e ordem de expulsão. Penalty convertido com classe e apito para o intervalo. De um momento para o outro tudo parecia estar perdido para a equipa da Adémia.

Ao intervalo, e perante um certo clima de desânimo no balneário, impunham-se ajustes na distribuição em campo da equipa ademiense. Assim, Joel Valença passou a ocupar a faixa direita da defesa, recuando Marito para a sua posição e Cabo para o meio-campo, cabendo a Daniel a ingrata da tarefa de lutar sozinho contra os centrais adversários. Em inferioridade numérica e a perder por dois golos de diferença, a tarefa da equipa da casa de dar a volta ao resultado na 2ª parte não se adivinhava fácil. No entanto, motivados pelo sentimento de que o resultado não traduzia o que se tinha passado na 1ª parte, os 'blues' entraram na etapa complementar com muita garra e atitude, conscientes também de que teriam que correr alguns riscos nas suas linhas mais recuadas. A primeira grande oportunidade acabou por pertencer à equipa forasteira, quando um dos seus dianteiros surge isolado pelo lado esquerdo mas, no frente a frente com Micaia, permite a defesa e, na recarga, atira ao poste. Poucos minutos volvidos, o golo esteve perto mas no extremo oposto do campo. Lito - que grande jogo! - executa excelente recuperação de bola ainda no terço defensivo do Arganil, passa por um adversário e tenta servir Cabo ao segundo poste mas o cruzamento sai ligeiramente mais largo do que o esperado. Por esta altura o jogo, totalmente aberto, era a antítese do que tinha acontecido na 1ª parte, e os lances perigosos multiplicavam-se, sem surpresa em maior quantidade para os visitantes. Foi num deles que surgiu o golo que dissipou todas as dúvidas. Jogada rápida pelo lado direito do ataque do Arganil em que Yau falha a dobra ao central Simão, permitindo que o nº10 adversário entrasse na área bem junto à linha de fundo e, após deixar o guardião 'blue' no chão, 'picasse' a bola para a cabeça de um colega, que só teve que encostar. Na sequência do lance, Micaia sofreu uma lesão no tornozelo com aparente gravidade e teve que dar lugar a Carioca, esgotando-se assim precocemente as substituições do lado ademiense, dada a entrada prévia d'O Maluco para o lugar de Marito. A partir daí a Adémia balanceou-se ainda mais no ataque e poderia ter reduzido pouco depois, vendo-lhe um golo anulado por fora de jogo de Simão, que suscitou muitas duvidas. A seguir foi Daniel que, após intervenção incompleta do keeper verde-e-branco num canto, atirou por cima da baliza deserta. A cerca de 15 minutos do final, nova contrariedade para os 'blues': Tunga, após sofrer uma falta, fica no chão em claras dificuldades. Pensou-se, pelos gritos de dor do angolano, que se pudesse tratar do início de trabalho de parto e que o 'reforço' permitisse nova igualdade numérica mas, na verdade, a equipa da casa ficou reduzida a 9 unidades até final do encontro, já que as dificuldades musculares não permitiram a reentrada do DJ. Mesmo com menos duas peças, os pupilos de José Alberto não viraram cara à luta, continuaram a dar o que tinham e o que não tinham e a discutir o jogo taco-a-taco com o Arganil, enquanto Carioca, com um punhado de excelentes intervenções, ia evitando o avolumar do resultado. A cerca de 5 minutos dos 90', a equipa 'blue' chega ao já mais que merecido golo, através de um remate colocado de Lito de fora da área. Por fim, já no período de compensação, após falha do central forasteiro, Simão - já ponta de lança - fica cara-a-cara com o guarda-redes mas atira a bola ao lado, ficando no entanto a ideia de que foi derrubado no momento em que o executa.

Consumou-se assim a terceira derrota consecutiva para a equipa da Adémia e, uma vez mais, ficou a clara sensação de que a formação 'blue' não é em nada inferior ao adversário. Apesar dos 10 pontos que agora a separam da liderança, o espirito de sacríficio que os seus atletas revelaram na 2ª parte - e, porque não, a qualidade individual de alguns? - permite conservar a esperança de poder ainda ter uma palavra a dizer relativamente à classificação final. Afinal, todas as equipas podem passar por fases menos boas. Quanto ao Arganil, embora longe de realizar uma partida de encher o olho - quer tecnica quer tacticamente -, mostrou ser uma equipa coesa, muito forte fisicamente e com alguns bons valores individuais que fazem a diferença, acabando por sair como a grande vencedora da jornada, após os empates do Mocidade (em Eiras) e do líder Lagares (na Pampilhosa).

Monday, November 23, 2009

LAGARES DA BEIRA 3 - 0 ADC ADÉMIA

22/11/2009 - 8ª jornada do Campeonato Distrital da 1ª Divisão da A.F.C. - Série A
Campo Lagares, Lagares da Beira.
Assistência: cerca de 100 espectadores
Árbitro: Fábio André Francisco Ferreira
Resultado ao intervalo: 2-0

Onze 'blue': Micaia; Joel Valença, Simão(c), Hélio (por Eugénio "Ernesto" aos 35') e Elísio; Tiago, Bruno Santos e Marito; Tunga (por Lito aos 53'), Daniel e Mamadú (por Cabo aos 73').

Suplentes não utilizados: 'Cegueira', Aguiar e Márcio "O Maluco".
Treinadores: José Alberto e Zé Miguel.

A 8ª jornada do campeonato reservava à turma 'blue' a deslocação até ao extremo nordeste do distrito de Coimbra, já por si tradicionalmente complicada em virtude da distância a percorrer e das condições muito particulares do recinto desportivo, mas que desta feita se afigurava especialmente díficil, não morasse por lá o surpreendente líder da tabela classificativa. De facto, esta equipa do Lagares da Beira, com apenas uma derrota e um empate até ao momento, este último bastante moralizador, arrancado no passado Domingo em Eiras, perfilava-se como um 'osso muito duro de roer' pela agressividade colectiva que normalmente caracteriza os seus plantéis, embora pouco se conhecesse de concreto sobre a equipa actual. Para os 'blues' da margem Norte do Mondego este seria o jogo ideal para demonstrar que a derrota caseira contra o São Pedro de Alva na jornada transacta não tinha passado de um mero acidente de percurso. Como tal, o pensamento era de vitória e ninguém, entre jogadores e treinadores, estava disposto a facilitar, facto que ficou claramente patente na pontualidade que todos demonstraram no cumprimento da hora acertada para a concentração pré-prandial, incluindo Mamadú. Todos? Não! Ao bom estilo da aldeia gaulesa dos livros de Asterix que irredutivelmente resistia à invasão da Gália pelos romanos, também Zé Miguel resistiu na cama aos sucessivos toques do despertador, chegando "um pouco" atrasado. No entanto, e como nestes casos se deve dar o benefício da dúvida, é possível que o 'mister' tenha passado a noite em claro a ensaiar em frente ao espelho a sua estreia no que toca a dar a palestra no balneário, agendada para a tarde seguinte e, verdade seja dita, na qual se veio a mostrar perfeitamente à vontade.

Para este encontro, a dupla técnica ademiense efectuou algumas alterações no onze inicial, umas forçadas e outras por opção. Começando de trás para a frente, a primeira aconteceu logo na baliza, com a estreia de Micaia na presente época, por força da ausência de Carioca Gadget devido a gripe. Na defesa, a suspensão de Yau após a expulsão da jornada transacta também obrigava a mexidas, recaindo a opção sobre a entrada de Hélio para o eixo, deslocando Joel Valença para a lateral direita e Elísio para a lateral esquerda. No meio-campo, a nota de maior destaque vai para a presença de Lito no banco dos suplentes, com a consequente entrada de Marito que, com Bruno Santos e Tiago, formou um trio muito experiente e combativo. Por fim, na linha mais avançada, foi a 'ginga angolana' de Tunga que mereceu a confiança para a asa direita em detrimento da velocidade e explosão d'O Maluco, jogando ao lado do regressado Mamadu, ao centro, e de Daniel, à esquerda.

A partida não podia ter começado de pior forma para a formação visitante, que não se mostrou totalmente concentrada, como seria exigível perante a entrada extremamente agressiva (pela positiva) dos da casa, pois ainda nem o primeiro quarto de hora estava cumprido e o 'placard' já marcava 2-0. O primeiro golo surgiu à passagem do 8º minuto, quando na sequência de um canto apontado do lado esquerdo do seu ataque, um jogador do Lagares surge solto de marcação ao primeiro poste e cabeceia para o fundo da baliza. Cinco minutos volvidos e, após o capitão ademiense ter perdido a bola em zona proibida, surge um cruzamento a partir do lado esquerdo de forma muito longa, aparentemente inofensiva, mas que encontra um atleta da casa solto no interior da área, ligeiramente descaído para o lado direito, que executa um remate cruzado, deixando Micaia pregado ao chão. Estava assim feito o segundo golo. E foi por pouco que não surgiu um terceiro pouco depois, quando após mais um lance de bola parada, um jogador do Lagares salta mais alto que toda a gente e cabeceia a bola como mandam as regras, de cima para baixo, que só não parou no fundo das redes porque esbarrou na concentração do guardião 'blue', com uma defesa a dois tempos. A partir daí, a equipa ademiense soltou-se e começou aos poucos a empurrar o adversário para o seu meio campo, chegando mais perto da sua baliza embora, inicialmente, sem grande perigo. A primeira oportunidade 'blue' surgiu por volta dos 30' na sequência de um pontapé de canto do lado direito do seu ataque. Hélio, de cabeça, desvia a bola para a zona do segundo poste, onde aparece isolado Simão, que não consegue colocar força suficiente na bola, acabando por se embrulhar com ela. Pouco depois, o mesmo Hélio teria que ser forçosamente substituído devido a uma provável fractura do nariz consequente a colisão com o poderosíssimo Tunga em lance disputado na área do adversário. Para o seu lugar entrou Eugénio "Ernesto", o que obrigou a alguns ajustes na equipa: Marito passou a jogar como central e Daniel no miolo, apoiando mais de perto o ate então muito apagado Mamadu. Até ao intervalo, apenas mais duas situações dignas de nota, ambas junto à baliza da equipa da casa, que por esta altura assentava o seu jogo numa forte coesão defensiva e na tentativa de saídas rápidas para o contra-ataque. Primeiro, e após mais um bom cruzamento da direita, Daniel cabeceia com conta, peso e medida para a baliza do Lagares mas um voo espectacular do guardião lagarense negou-lhe um golo que parecia certo. Já em cima do apito para o regresso às cabines, lance polémico no interior da área, ficando a ideia clara de que Mamadu foi impedido de chegar à bola de forma irregular. O árbitro mandou jogar.

Na etapa complementar o cariz do jogo não se alterou em relação ao final da primeira. A equipa forasteira, totalmente abnegada, empurrou o adversário para o seu meio-campo e tentava por todas as formas chegar ao golo que a relançasse no encontro, mesmo que nem sempre da forma mais lucida. Prova disso foram os vários cruzamentos que acabaram atrás da baliza da equipa lagarense e as poucas intervenções complicadas a que o seu guarda-redes foi obrigado, que se terá sentido realmente ameaçado apenas por duas ocasiões. Na primeira, Lito - que entretanto tinha substituido Tunga, lesionado - aproveitou uma bola mal aliviada pela defensiva contrária para, ainda dentro da área, desferir um remate à meia volta que passou muito perto da baliza contrária. Pouco depois o mesmo Lito, na sequência de canto do lado direito, antecipou-se ao seu marcador directo e rematou de primeira, fazendo a bola subir poucos centimetros acima do travessão. À medida que os minutos passavam, os 'blues' viam-se obrigados a correr mais riscos, desprotegendo a sua linha defensiva e permitindo contra-ataques cada vez mais frequentes por parte do adversário que, usufruindo por vezes de bastante espaço e colocando muitos elementos nessas jogadas, construía alguns lances de bom recorte técnico e de perigo para a baliza de Micaia. Foi num desses lances que, por volta dos 78', o Lagares sentencia a partida. Boa troca de bola na direita do seu ataque e cruzamento para área, onde surge, entre os centrais ademienses, o ponta-de-lança da casa a cabecear fora do alcance de Micaia. Já com a equipa totalmente balanceada no ataque, - Simão, por esta altura, era ponta-de-lança, - desesperadamente à procura do golo, o guardião 'blue' efectuou 2 excelentes intervenções, negando o avolumar do resultado que, a acontecer, teria contornos de escândalo. Já no último dos 5 minutos de compensação Bruno Santos, de cabeça quente e 'respondendo' a provocação totalmente desnecessária por parte do adversário, recebeu ordem de expulsão, após entrada muito dura às pernas do mesmo, quando a bola já estava longe.

Para a história fica um resultado muito pesado para a equipa da Adémia, que acaba sobretudo por castigar a forma desconcentrada como os 'blues' abordaram a partida, mas ao mesmo tempo, algo enganador, uma vez que a reacção demonstrada pelos pupilos de José Alberto permite imaginar que o jogo poderia ter sido totalmente diferente não fossem os fatídicos 15 minutos iniciais. No entanto, as vitórias morais não valem pontos e a vida está realmente complicada para a equipa dos arredores de Coimbra, que começa a ver alguns adversários directos a destacarem-se, e para a qual os próximos encontros (perante Arganil e Mocidade) assumem um carácter quase decisivo. À equipa do Lagares da Beira, devem dar-se os parabéns e elogiar o espírito guerreiro com que colectivamente abordaram o jogo, com uma nota especial para a qualidade da dupla de centrais, e que lhe permite manter a liderança da tabela classificativa.

Sunday, November 15, 2009

Balde de água fria

ADC ADÉMIA 0 - 1 SÃO PEDRO DE ALVA

15/11/2009 - 7ª jornada do Campeonato distrital da 1ª divisão da A.F.C. - Série A
Campo Ramos de Carvalho, Adémia.
Assistência: cerca de 50 espectadores.
Árbitro: Fábio Albano Rodrigues Monteiro
Resultado ao intervalo: 0-0

Onze 'blue': Carioca Gadget; Elisio, Simão(c), Joel Valença e Yao; Tiago (por Marito ao intervalo), Bruno Santos (por Dani aos 68') e Lito; Márcio (por Aguiar aos 80'), Ferrão e Daniel.

Suplentes não utilizados: Cunha, Cabo e Tunga.
Treinadores: José Alberto e Zé Miguel.

De facto há dias em que nem os santos ajudam e, como tal, mais vale ficar por casa. Não ajudou São Pedro, com uma tarde de chuva intensa e algum vento, realmente desagradável e que certamente afastou algum público. Nem ajudou o outro São Pedro, de Alva, ao proporcionar um autêntico balde de água fria sobre a confiança crescente e ambições da equipa da casa.

Mas vamos a factos. Frente a frente estavam as equipas da Adémia e do São Pedro de Alva, igualadas no 4ºlugar da classificação a 5 pontos do líder Lagares, pese embora o facto de os forasteiros terem um jogo a mais disputado. Esperava-se, por isso, um jogo equilibrado, ainda para mais tendo em conta que ambos os conjuntos vinham de resultados positivos. Os da casa, moralizados com duas vitórias de seguida, uma para a Taça e outra para o Campeonato, com 7 golos marcados e apenas 1 sofrido no conjunto dos dois encontros. Já os visitantes vinham de uma vitória caseira sobre o candidato Eirense seguida de um valioso empate na Praia de Mira a uma bola contra o Touring para a Taça, que abre excelentes perspectivas para o jogo da 2ªmão.

Para esta partida, o treinador 'blue' viu-se obrigado a mexer no onze inicial, mais concretamente na linha da frente, devido às ausências de Juca, Mamadu e Eugénio. Nos seus lugares fez alinhar Márcio pela faixa direita, Daniel como ponta-de-lança e o recém-regressado de lesão Ferrão pela faixa esquerda. De resto, manteve o mesmos jogadores das duas partidas anteriores, fazendo alinhar Elisio e Yao nas faixas laterais de um quarteto defensivo completado ao centro por Simão e Joel, e um miolo constituído por Tiago e Bruno Santos, com Lito à frente destes, solto nas costas do elemento mais adiantado no terreno.

Tal como se esperava, os primeiros minutos foram pautados pelo equilibrio, mantendo-se a bola longe de ambas as balizas. No entanto eram claras as diferenças no estilo de jogo das duas equipas. Enquanto os 'blues' tentavam trocar a bola em futebol apoiado, previlegiando as faixas laterais ou as diagonais procurando o veloz avançado Daniel, os forasteiros apostavam invariavelmente em lançamentos longos desde a sua defesa - ou mesmo desde o seu guarda-redes - para os seus homens mais adiantados, com especial predilecção pelo flanco esquerdo do seu ataque. As excepções a este tipo de jogo surgiam ocasionalmente quando a bola passava pelos pés do seu médio mais criativo (#10), com talento e visão de jogo. E foi precisamente dos seus pés que surgiu a primeira grande oportunidade de golo, por volta do quarto de hora de jogo, quando isolou um companheiro de equipa que, após passar pelo guardião Carioca, e já de ângulo algo fechado, atira na direcção da baliza, valendo a intervenção 'in extremis' do jovem Yao que tirou a bola em cima da linha de golo. Poucos minutos volvidos e era de novo o São Pedro de Alva a criar perigo, com o seu jogador a não dar a melhor sequência a um cruzamento da direita ao segundo poste, quando tinha condições para fazer muito melhor. Estes dois avisos da equipa visitante terão funcionado como alerta para os 'blue', que a partir daí assumiram o controlo do jogo, construindo alguns bons lances de ataque, sobretudo pela ala direita, embora sem criar uma oportunidade clara de golo. Essa oportunidade surgiu à passagem da meia hora na sequência de um livre apontado por Tiago, rasteiro, que o guarda-redes forasteiro defende com dificuldade para a frente, deixando a bola à mercê de Yao que executa a recarga, mas permite nova defesa por instinto. No último quarto de hora da 1ª metade foi a equipa da Adémia que continuou com sinal mais na partida - registo para um bom remate de Ferrão para uma defesa a dois tempos do guardião contrário -, embora o São Pedro de Alva se defendesse bem, com agressividade e espreitasse as costas da defesa 'blue' sempre que podia, mostrando que estava ali para discutir a partida. Mesmo em cima dos 45', o árbitro da partida mostra cartão vermelho directo ao elemento desequilibrador do meio-campo do São Pedro de Alva, após este ter pontapeado deliberadamente Tiago sem bola, ocorrência que parecia escancarar a porta da vitória para a equipa da casa.

Ao intervalo, o treinador 'blue' alterou uma peça no xadrez da sua equipa, fazendo entrar Marito para o lugar de Tiago, que ficou nos balneários devido a lesão. Com um jogador a mais não restava alternativa à equipa da Adémia que não partir para cima do adversário, empurrando-o para a sua baliza e desgastando-o progressivamente através de trocas de bola constantes, de flanco a flanco. Foi, de facto, isso que aconteceu durante os primeiros 20' da etapa complementar mas a equipa do São Pedro de Alva, que raramente conseguia passar a linha intermediária com a bola controlada, mostrou uma organização defensiva e maturidade na ocupação de espaços nada comuns para este nível de competição. Como tal, embora dominando de forma esmagadora a posse do esférico, a equipa da casa não criava tantas oportunidades claras de golo como se poderia esperar. Neste período a melhor ocasião pertenceu a Daniel que, após passe milimétrico de Bruno Santos para as costas da defesa, remata cruzado de primeira, sem deixar a bola bater no chão, fazendo-a passar bem próximo do poste direito da baliza contrária. Contra todas as expectativas, por volta da vintena de minutos da 2ªparte, dá-se autêntico 'golpe de teatro' no Ramos de Carvalho. A equipa forasteira coloca a bola de forma longa na área contrária, sem perigo, e Yao, não incomodado por qualquer adversário, tem o infortunio de cabecear contra o próprio braço, que se encontrava esticado à frente do corpo. O juiz da partida não teve duvidas em assinalar o castigo máximo. Mas, pior do que isso, não teve alternativa que não mostrar o cartão amarelo respectivo ao defesa 'blue' - que já havia sido amarelado na primeira parte, por protestos - e consequente vermelho, deixando as equipas novamente em igualdade numérica. O capitão do São Pedro de Alva não desperdiçou a oportunidade caída de um céu de onde até ao momento só tinha caído água, e muita. E poucos minutos volvidos os visitantes podiam inclusivé ter ampliado a vantagem, quando, após bom cruzamento da esquerda, um dos seus homens mais adiantados permite a defesa a Carioca.
Era um sinal de que a equipa da casa começava a perder algum controlo emocional e discernimento, na altura em que porventura este seria mais necessário. Mesmo com as alterações operadas, primeiro com a entrada de Dani para o lugar do já algo desgastado Bruno Santos e depois com a substituição de Márcio por Aguiar, não se voltou a assistir ao domínio esmagador dos primeiros 20 minutos da 2ª parte. Por esta altura, a equipa do São Pedro de Alva defendia de modo mais confortável e, sempre que podia, gizava contra-ataques que pudessem colocar um ponto final na partida. Foi já no período de compensação, e com o central Simão transformado em ponta-de-lança, que os 'blue' criaram a sua melhor oportunidade para chegar, pelo menos, ao empate: Marito rematou já no interior da área, em zona frontal, para uma uma boa intervenção do guardião contrário que não afastou, no entanto, a bola da zona perigo, deixando-a ao alcance de Dani que escorregou no momento de encostar, gorando-se assim a derradeira ocasião do jogo.

Em suma, foi um jogo em que a equipa da casa se pode queixar definitivamente de uma sorte 'madrasta', não se devendo, no entanto, deixar com isso de destacar pela negativa alguma falta de capacidade e frieza para reagir à desvantagem no marcador. Quanto à equipa forasteira, tem nestes 3 pontos um prémio para a sua organização defensiva quando se viu com um elemento a menos, e ascende com eles ao 3º posto da classificação. Em sentido contrário, este encontro deixa a equipa 'blue' a 6 pontos do líder Lagares da Beira (empate 1-1 em Eiras), precisamente o seu próximo adversário, em Lagares. Será, portanto, de extrema importância somar pontos, num campeonato que se antevê muito equilibrado até final entre diversas formações. Neste momento são apenas 6 os pontos que separam 1º e 9º classificados.

Sunday, November 8, 2009



ADC ADÉMIA 4 - 0 UDR CADIMA


08/11/2009 - 1ª Eliminatória da Taça da A.F.C. - 1ª mão
Campo Ramos de Carvalho, Adémia.
Assistência: cerca de 50 espectadores
Árbitro: João José Miranda Machado Jesus
Resultado ao intervalo: 1-0





Onze 'blue': Carioca Gadget; Elísio, Simão(c), Joel Valença e Yao; Tiago, Bruno Santos (por Marito aos 65') e Lito; Eugénio (por Daniel aos 55'), Juca (por Mauro aos 80') e Mamadu.


Suplentes não utilizados: Micaia, Márcio, Tunga e Dani.

Treinadores: José Alberto e Zé Miguel.





Pouco público presente no Ramos de Carvalho para a primeira tarde de Taça da época 2009/2010, facto ao qual não terá sido certamente alheio o tempo cinzento e chuvoso que se fazia sentir. Ditou o sorteio que frente a frente estivessem equipas de séries diferentes: Adémia e Cadima. A equipa 'blue', a realizar até ao momento uma boa campanha no campeonato e tida como uma das candidatas à subida de divisão procurava aqui dar continuidade à vitória do passado fim-de-semana em Foz de Arouce e, se possível, construir um resultado que lhe permitisse abordar o jogo da 2ª mão com tranquilidade máxima. Já os visitantes eram encarados com alguma desconfiança: por um lado, apenas somavam 4 pontos em 5 jogos no campeonato, por outro, tinham sido a unica equipa a roubar pontos ao lider Febres (vitória por 1-0).Como tal, e já depois de Tunga ter dado o mote táctico no balneário, mister José Alberto decidiu colocar em campo os mesmos onze jogadores que tinham iniciado o jogo contra o Arouce-Praia. Apostou numa linha defensiva com Elísio à direita, Yao à esquerda e Joel Valença fazendo companhia ao intocável capitão Simão no eixo; no meio campo, uma primeira linha de dois homens constituída por Tiago e Bruno Santos, responsáveis pela construção de jogo e uma segunda linha com dois elementos bem abertos nas alas - Eugénio e Juca - e um terceiro, Lito, a quem cabia a tarefa de jogar nas costas do ponta-de-lança Mamadu, abrindo espaços através de desmarcações de ruptura.






Ainda antes do início da partida se percebeu que o factor casa teria um peso determinante e que o tão apregoado 12º jogador seria, de facto, uma realidade para a equipa 'blue', assumindo a sua posição ao lado desta logo durante o alinhamento inicial das 3 equipas, como demonstra a foto captada pelo central "Cegueira", hoje com funções de repórter.














A equipa visitante iniciou a 1ª parte com uma atitude aguerrida, conseguindo manter o jogo no meio-campo adversário durante os primeiros minutos da partida, mas rapidamente os 'blues', tentando praticar um futebol apoiado e assente em trocas de bola de pé para pé, assumiram um maior controlo da posse da mesma e, portanto, do jogo. Ainda antes da passagem do primeiro quarto de hora de jogo, já se contavam duas oportunidades para a equipa da casa. Na primeira, uma abertura do experiente Bruno Santos, apanhando a defesa forasteira ainda não totalmente adaptada ao piso sintético, isola Mamadu que, talvez ainda não completamente desperto, não revelou a objectividade necessária na cara do guardião do Cadima. Na segunda, um cruzamento largo da esquerda de Yao encontra um oportuno Lito que, vindo de trás, cabeceia a bola para a trave da baliza contrária. A equipa do Cadima apostava, por esta altura, sobretudo na velocidade das suas peças mais adiantadas mas sem criar claras situações de golo junto à baliza de Carioca. Foi assim com alguma naturalidade que a equipa da casa abriu o activo à passagem dos 25', quando Yao é solicitado no corredor esquerdo e, após galgar alguns metros, cruza rasteiro para o coração da área contrária onde aparece Mamadu a desviar a bola para o interior da baliza. Quando se esperava que os anfitriões continuassem a carregar, criando oportunidades, assistiu-se a um decréscimo no ritmo do jogo e foi mesmo o Cadima que, através de duas bolas paradas, podia ter igualado a contenda fazendo uso da estatura do seu avançado, aproveitando, primeiro, uma falha de marcação dos centrais 'blue' e, depois, uma saída fora de tempo do guardião Carioca Gadget.







Chegou o intervalo e o tal 12º jogador fez questão de acompanhar a equipa da casa até ao balneário sendo, no entanto, mandado sair pelo autor do unico golo da partida até ao momento, quem sabe sentindo o seu lugar em campo ameaçado.A equipa do Cadima regressou dos balneários decidida a recuperar a desvantagem no marcador e, em função disso, instalou-se no meio-campo ademiense durante os 10 minutos iniciais da etapa complementar sem, verdade seja dita, criar grande 'frissom' junto das redes adversárias. No sentido de contrariar a tendência que o jogo estava a tomar, mister José Alberto opera uma substituição, com a entrada do combativo Daniel para a saída de Eugénio, que por esta altura passava completamente ao lado do jogo. A pouco e pouco o gás da equipa forasteira começava a escassear e era de novo a formação 'blue' que ganhava ascendente na partida, mesmo jogando num ritmo lento.











A equipa do Cadima regressou dos balneários decidida a recuperar a desvantagem no marcador e, em função disso, instalou-se no meio-campo ademiense durante os 10 minutos iniciais da etapa complementar sem, verdade seja dita, criar grande 'frissom' junto das redes adversárias. No sentido de contrariar a tendência que o jogo estava a tomar, mister José Alberto opera uma substituição, com a entrada do combativo Daniel para a saída de Eugénio, que por esta altura passava completamente ao lado do jogo. A pouco e pouco o gás da equipa forasteira começava a escassear e era de novo a formação 'blue' que ganhava ascendente na partida, mesmo jogando num ritmo lento.









O golo que sentenciou a partida e quebrou animicamente a equipa do Cadima surgiu por volta dos 20' da segunda parte, através de um remate cruzado de Juca, que estava no sitio certo para aproveitar uma bola perdida após um cruzamento para a área do lado direito. A partir desse momento - e já com Marito no lugar de Bruno Santos, para refrescar o miolo -, e perante um adversário também já desgastado fisicamente, a equipa da casa pôde usufruir de mais espaço para trocar a bola e os lances de perigo multiplicavam-se, tendo surgido com naturalidade o 3º golo, com Mamadu a corresponder de cabeça a um cruzamento de Tiago ao segundo poste, após boa jogada de envolvimento colectivo. A vencer por 3-0, e com o intuito de impedir o recuo excessivo das suas tropas, o treinador 'blue' faz entrar Mauro para o lugar de Juca e altera um pouco o figurino táctico da equipa, passando a jogar com 2 homens encostados aos centrais adversários. Até ao final, o jogo foi-se arrastando sem que a equipa do Cadima revelasse frescura e arte para chegar ao tento de honra, tendo sido inclusivé a equipa da casa a fechar a contagem, desta vez por Lito, na recarga a um remate de Mamadu defendido pelo guarda-redes visitante.







Em jeito de balanço final, esta foi uma vitória que não sofre qualquer contestação perante um adversário que nunca mostrou argumentos suficientes para pôr em causa a supremacia 'blue', com um score final que deixa pouca margem de manobra para que o Cadima consiga a reviravola na 2ª mão.