Sunday, January 7, 2007

ADCA 1 - Mocidade 4

Resultado enganador aquele que se verificou esta tarde no campo Ramos de Carvalho. Frente a frente duas equipas que proporcionaram uma partida bastante animada e que, apesar do resultado final poder sugerir o contrário, foi bastante equilibrada. A formação da ADCA apresentou o mesmo onze com que tinha iniciado o jogo contra o Pampilhosense, à excepção do guarda redes Mota, que substituiu o lesionado Tiago.

Mocidade entra melhor no jogo

Começou melhor a turma do Mocidade, que abriu o activo à passagem dos quinze minutos de jogo, na sequência de um desequilíbrio defensivo na ala esquerda da Adémia, que permitiu um cruzamento mortífero para a conclusão fácil do dianteiro adversário, a surgir ao segundo poste livre de marcação. Seguiu-se um período de algum desnorte por parte da equipa anfitriã, que acabou por consentir, poucos minutos volvidos, novo golo aos forasteiros, desta feita após uma indescritível série de infelizes ressaltos e carambolas no interior da área, sem que ninguém tenha conseguido afastar o perigo. A equipa do Mocidade via-se assim em vantagem sem ter no entanto demonstrado futebol suficiente para justificar tal desnível no marcador. Do lado da Adémia, nota para a falta de eficácia na concretização, primeiro pelo defesa central Simão, que na sequência de um pontapé de canto e já no interior da pequena área não conseguiu desfeitear o guarda redes adversário, e depois por Aires, que fez a bola passar rente ao poste, com o guarda redes já batido.

Substituição de Miguel e Vasco

Perante o cenário adverso, o treinador da Adémia colocou em aquecimento dois jogadores, Joel Rosa e Elísio, que aos 35 minutos entraram para o lugar dos laterais Miguel e Vasco. Em tarde de pouca inspiração, deixaram a sensação de nunca terem chegado a entrar no jogo.
Uma clara tentativa de reequilibrar a partida, reforçando o meio campo e dando mais profundidade ao ataque.
Surtiu efeito a alteração táctica. Sob a batuta de Joel Rosa, a equipa reencontrou-se e encostou o Mocidade às cordas.

Segunda parte

No início da segunda parte, esta toada manteve-se e a Adémia conseguiu reduzir por intermédio do ponta de lança Aires, que com um desvio subtil de cabeça deu a melhor sequência a um livre superiormente apontado por Bruno Santos. A equipa do Mocidade sentiu o golo, e a equipa da casa só não conseguiu chegar ao empate por manifesta infelicidade. Os lances de perigo junto à área do Mocidade sucederam-se, com destaque para o falhanço clamoroso de Bruno Santos, que após excelente abertura de Cabo surgiu isolado frente ao guarda redes, mas fez a bola passar a milímetros do poste. Na sequência deste lance, e contra a corrente do jogo, o Mocidade ganhou uma falta perto da área da ADCA (falta cirúrgica de Joel Rosa, que lhe valeu a cartolina amarela) e aumentou a vantagem, com o guardião Mota a ser traído por um desvio da bola num monte de areia à sua frente, não conseguindo segurar o esférico, que rechassou para a frente e assim permitiu o golo ao jogador do Mocidade, que só teve que empurrar para a baliza deserta. Foi um enorme balde de água fria, que acabou por alterar a história do jogo. Os jogadores da Adémia quebraram psicologicamente, e embora nunca tenham deixado de procurar a baliza adversária, acabaram por não ter força anímica suficiente para inverter o rumo dos acontecimentos. O quarto golo surge já perto do fim do encontro, numa altura em que o jogo estava já completamente partido. Num lance de contra-ataque, a equipa do Mocidade aproveitou o balanceamento ofensivo dos jogadores da Adémia, que mais com o coração do que com a razão procuravam ainda reduzir a desvantagem. O resultado estava feito, e quem pôde assistir ao jogo viu que não espelha minimamente o que se passou dentro das quatro linhas.

Disciplina

O árbitro da partida acabou por estar em foco pelos piores motivos, com vários equívocos quer no plano técnico quer no plano disciplinar, com claro prejuízo para a equipa da casa.
Já muito perto do final do encontro houve ainda tempo para a expulsão de João Cabo, um atleta ainda jovem que precisa rever a sua postura disciplinar dentro de campo, e que num acto irreflectido pontapeou um jogador do Mocidade, desfalcando assim a sua equipa para as próximas jornadas.

5 comments:

almeyda4 said...

De facto foi um jogo tipico do adca...em que se joga e no final so obtem o merecido resultado. Na verdade quero aproveitar este espaco em que podemos expor as nossas criticas(constructiva) lol, para dizer que uma equipa que comeca a jogar desde inicio sem 2 extremos, dificilmente obteria outro resultado senao a derrota. Para ajudar ainda mais deu para assistir uma vez mais a falta de traquejo de alguns elementos da equipa, mesmo aqueles ja com pera na cara...parece que a solucao passara por recorrer uma vez mais, aos jogadores ditos "nucleo duro da equipa"...

Paulo Rodrigues said...

A ademia pelos vistos continua com a falta de estrelinha neste campeonato... melhor sorte para o proximo jogo. Parabens pela excelente ideia que é este blog. Viva a ademia e o atletico :D! Abraços
Paulo Rodrigues

tambor said...

Em nome da veracidade dos factos, não podia deixar de comentar este post. Ao que parece, no melhor pano cai a nódoa. Depos de uma análise perfeitamente imparcial e correcta do jogo (e por isso, os meus parabéns!), Joel Rosa termina cedendo à tentação de denegrir mais uma boa exibição de Cabo, que (e aproveitando a imagem criada pelo próprio autor do post) o auxiliou a pegar na batuta e a empurrar os 'blues' para a frente, ou não fosse ele apelidado de 'il maestro' em terras transalpinas. Na verdade o pontapé no adversário a que Joel se refere foi um corte que teve tanto de arriscado como de perfeito. Toquei a bola para canto e, na sequência da queda, derrubei involuntariamente o adversário que aproveitou para treinar um pouco mais para o exame de expressão dramática que suponho que tenha proximamente. Fui, portanto, injustiçado. A verdade seja reposta.
João Cabo ('il maestro')

Miguel said...

Almeyda, Almeida... cuidado que por este andar ainda vamos ter que te baptizar com o cognome de Azias II!...

V 3 said...

Sr. Cérebro do Clube:
Essa de começar sem extremos é injusta!! Sinceramente, não percebi a razão da minha saída do jogo, pois até à altura considero que estava a efectuar uma exibição razoável!
Simplesmente não tinha jogo, pois os "maestros" do meio o campo têm a tendência a jogar pelos meio, em vez de abrirem nas alas, afunilando assim o jogo da equipa azul!! Penso mesmo que se toquei 20 vezes na bola foi muito, mas quando o fiz, não comprometi e tentei desequilibrar. Por outro lado, acabo por entender a minha substituição, com o facto de o mister Teixeira "trappatoni" querer implementar mais velocidade na alas... Assim a entrada, do "miúdo" Elísio até se justifica. No entanto, penso que não estava a jogar mal, e que poderia ter dado o meu contributo à equipa na 2ª parte, mais alguns minutos. Enfim.... Que venha o próximo jogo, para ver se conseguimos limpar a imagem, e a derrota pesada deste jogo...

Um abraço a todos!

Vasco Gomes